FISIOTERAPIA PÉLVICA

A Fisioterapia Pélvica é uma técnica utilizada no tratamento de diversos tipos de disfunções miccionais, anorretais e sexuais. Foi inicialmente descrita em 1948 pelo médico Ginecologista Arnold Kegel, que preconizava a realização de exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (também conhecido como exercícios de KEGEL) como forma de prevenir a incontinência urinária e prolapsos genitais (queda da bexiga, útero).

Embora a técnica de Kegel fosse um sucesso e adotado por outros autores, gradualmente foi esquecida e deu lugar às técnicas cirúrgicas que se tornaram cada vez mais eficazes na correção da incontinência urinária. Somente na década de 1980 o interesse pela recuperação funcional do assoalho pélvico ganhou relevância.

Em 1992, a Sociedade Internacional de Continência (ICS) validou cientificamente as técnicas de reabilitação do assoalho pélvico como forma de tratamento nas disfunções miccionais.

Em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a assistência fisioterapêutica em pacientes com incontinência urinária ou prolapso de primeiro grau, como primeira opção de tratamento. A técnica da reabilitação perineal vem sendo utilizada em vários países desde 1980, enquanto que no Brasil começaram a surgir profissionais especializados a partir dos anos 90.

É importante lembrar que o assoalho pélvico é formado por um conjunto de músculos que tem como função dar sustentação aos órgãos pélvicos.

A perda desta função (disfunção) pode acarretar em alterações miccionais, fecais e sexuais, acometendo homens e mulheres em qualquer faixa etária.

Diversos estudos comprovam a eficácia da Fisioterapia Pélvica para tratar, prevenir  e ou minimizar os problemas recorrentes a incapacidade funcional destes músculos. Além disso, a Fisioterapia pélvica não apresenta efeitos colaterais e não limita o paciente de outros tratamentos futuros que possam vir a ser necessários. Mais do que isso, sua associação com outras modalidades terapêuticas é muito benéfica.

Incontinência Urinária

A incontinência urinária é toda perda involuntária de urina, ou seja, quando a urina escapa sem que a pessoa perceba. Apesar da incontinência urinária atingir pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mulheres e idosos são os mais acometidos.

Estima-se que 57% das mulheres entre 45 e 65 anos apresente algum tipo de incontinência urinária. É uma condição que envolve vários fatores, afetando as mulheres em diferentes faixas etárias. Apesar da alta prevalência é ainda um assunto pouco discutido. Muitas pacientes não falam no assunto por não valorizar o problema achando que é algo natural do envelhecimento e somente procuram uma equipe especializada quando a disfunção já se encontra em grau avançado.

A incontinência leva a perda da autoestima e insegurança de frequentar locais públicos, acarretando em grande impacto na sua qualidade de vida.

Fatores de risco para Incontinência Urinária Feminina

O assoalho pélvico feminino tem como função a sustentação dos órgãos pélvicos na posição vertical, permitindo o controle da micção e a defecação, além de papel importante na função sexual, gestação e trabalho de parto. Algumas situações podem levar ao enfraquecimento desta musculatura, levando a sua deficiência funcional:

  • Gestação
  • Parto vaginal
  • Menopausa
  • Idade
  • Obesidade
  • Atividades físicas de alto impacto (correr, saltar)
  • Constipação intestinal crônica
  • Procedimentos cirúrgicos na pelve (histerectomia)
  • Radioterapia Pélvica (Tratamento Oncológico)

Causas da Incontinência Urinária Masculina

Várias situações podem levar a incontinência urinária: câncer de bexiga, aumento da próstata, câncer de próstata, diabetes, infecções do trato urinário, entre outras. No homem, geralmente a incontinência urinária está associada a cirurgia da próstata, principalmente após prostatectomia radical.

Tipos de Incontinência Urinária

Incontinência Urinária aos Esforços (IUE): Ocorre em situações de esforço como tossir, espirrar, pular, correr entre outras. Geralmente a perda urinária ocorre sem a percepção do desejo de urinar

Incontinência de Urgência ou Urge-incontinência: é a perda urinária acompanhada por forte desejo de urinar

Incontinência mista: presença de mais de um tipo de incontinência. Geralmente ocorre a associação da incontinência urinária aos esforços e urgência e/ou urge-incontinência.

Incontinência por transbordamento: é provocada por distúrbios neurológicos que afetam a contratilidade da bexiga (diminui a contratilidade do músculo dentro da bexiga- detrusor) ou por obstrução anatômica da via de saída. Ou seja, existe uma incapacidade de esvaziar a bexiga durante a micção, o que resulta em aumento da frequência de urinar e presença de acúmulo de urina na bexiga.

O transbordamento ocorre quando se atinge os limites de distensibilidade da bexiga. Ocorre em pelo menos 20% dos idosos. Clinicamente é caracterizada pela perda frequente, quase contínua, de pequenas quantidades de urina, associada a jato fraco, hesitação (dificuldade de iniciar a micção), frequência de urinar aumentada e noctúria (acorda muito a noite para urinar).

Incontinência Funcional: Refere-se à incontinência que acomete pacientes sem comprometimento dos mecanismos controladores da micção. Está relacionada a incapacidade desses pacientes de atingir a toalete a tempo de evitar a perda de urina, seja por limitações físicas, transtornos psíquicos, déficit cognitivo, limitações ambientais, como, iluminação inadequada, banheiros de difícil acesso.

Tratamento

O tratamento da incontinência urinária pode ser clínico (tratamento conservador) ou cirúrgico.

O tratamento clínico, método de primeira escolha para o tratamento das disfunções miccionais, segundo a Sociedade Internacional de Continência, envolve medicação e fisioterapia pélvica

O tratamento medicamentoso tem como objetivo aumentar o tônus e resistência uretral bem como, melhorar a capacidade de armazenamento vesical. O uso de cremes vaginais na menopausa, pode evitar a atrofia da mucosa vaginal e uretral, além de melhorar a resposta ao fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. Na maioria dos casos a terapia medicamentosa apresentará mais resultados quando combinada com a Fisioterapia do assoalho pélvico.

A fisioterapia Pélvica utiliza vários recursos para o tratamento. O primeiro passo é o desenvolvimento de uma boa percepção corporal e perineal.  Existem vários dispositivos e técnicas que podem ajudar neste processo.

  • Exercícios posturais e respiratórios
  • Exercícios de contração e relaxamento do assoalho pélvico
  • Eletroterapia: eletroestimulação do assoalho pélvico
  • Biofeedback: para treinamento e aprendizado dos exercícios
  • Orientações para mudanças nos hábitos de vida, como: adequação da ingesta hídrica, horário de micção programado, adaptação a uma determinada atividade física, manter peso ideal, postura adequada de urinar, entre outras.

Baseada em evidências científicas a Fisioterapia pélvica é indicada como método de primeira escolha no tratamento da incontinência urinária de esforço e urgência miccional.

Não se esqueça: A incontinência tem tratamento e também pode ser prevenida!

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